IDADE
Qual é a idade correta para subir nas pontas?
Este simples pergunta é bastante traiçoeira para com os professores. Não há resposta simples, direta e adequada. Ortopedistas e mestres concordam que há
uma combinação de variáveis que precisam ser analisadas antes de fazer um julgamento: idade, anatomia, desenvolvimento ósseo, força, intervalo dos
treinos, peso corporal e perfil comportamental da iniciante.
Segundo o Dr. Justin Howse, ex-ortopedista do Royal Ballet School, em seu livro Dance Technique and Injury Prevention, afirma que, durante muitos anos,
considerou-se a idade de 12 anos adequada ao início das pontas. Porém, ele próprio acredita que não há uma idade específica. “O único fator importante
é o estágio de desenvolvimento da aluna e o dogma a respeito de sua idade não diz absolutamente nada sobre sua maturidade”.
Howse pontua inclusive que não há qualquer desvantagem em iniciar a técnica de pontas tardiamente, ao passo que sua antecipação pode ser
potencialmente perigosa. A bailarina que aguarda o desenvolvimento de seu corpo e de suas habilidades corre menor risco de lesões, atinge a
técnica correta com maior facilidade e apresenta progressos mais rapidamente. O doutor lembra ainda que a maioria das grandes bailarinas não
possuíam pés fortes o suficiente para iniciar o trabalho de pontas antes mesmo da adolescência e isso em nada prejudicou suas brilhantes carreiras.
CUSTO
Assistir a filhinha dançando ballet aos 4 aninhos é o deleite de muitos pais. As apresentações de baby class são recheadas de fofura
e espontaneidade. Mas e quando aquela atividade lúdica se torna uma paixão? Aqueles mesmos pais estão economicamente preparados para a
formação da filha? A formação em ballet clássico é muito cara, especialmente devido ao custo das sapatilhas de ponta.
No Brasil, há poucos fabricantes (Só Dança Cecília Kerche, Balletto e Millenium são os mais conhecidos) e as sapatilhas importadas são extremamente
caras e de aquisição complicada. Portanto, é comum que as bailarinas brasileiras sejam forçadas a utilizar sapatilhas inadequadas e prolongar seu tempo
de uso, mesmo após considerá-las inadequadas. Isso aumenta vertiginosamente o risco de lesões.
A durabilidade de uma sapatilha de ponta varia bastante dentre marcas, modelos e suas características. Uma análise comparativa entre cinco marcas
diferentes (Capezio, Gaynor Minden, Freed, Grishko e Leo’s) foi publicada peloThe American Journal of Sports and Medicine. De acordo com os resultados,
nem sempre a sapatilha de maior durabilidade é aquela que confere o melhor conforto. E considerando que uma bailarina profissional utiliza até 65 pares
de sapatilhas de ponta por mês, convém colocar no papel qual será o custo necessário para bancar a atividade.
Por isso, é importante notar que, se os pais não apresentam condições financeiras para proporcionar conforto e segurança na utilização das pontas, é
melhor convencer a menina a permanecer na meia-ponta do que aumentar o risco de lesões definitivas.
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