23 de abril de 2012

História da Sapatilha de Ponta

Para comemorar o Dia Internacional da Dança o Blog do Studio terá uma semana inteira de postagens diárias sobre as tão sonhadas Sapatilha de Ponta!
Tire suas dúvidas, aprenda e entenda sobre o processo de Dança na ponta.



A história da Sapatilha de Ponta:

Pointe ou (point) – Dançar na ponta, quer dizer, na extremidade da ponta dos dedos. Existe uma terminologia distinta entre sur La pointe “sobre a ponta” (em toda ponta) – à trois quartes… “Erguer-se sobre os dedos flexionados” – à demi = “no arco do pé” – à quart = “no arco todo do pé, com alta elevação dos calcanhares”.
Historiadores discordam a respeito de quem foi a primeira bailarina a elevar-se e aparecer nas pontas. O primeiro crítico, Castil-Blaze, cita o fato de Mlle. Gosselin (1818), em posição de elevação “por alguns minutos” nas pontas.
Istomina também disse ter dançado “completamente sobre as pontas”, depois de 1820. Waldeck, datando de 1821, mostra F. Bias em “Flore et Zéphyre” nas pontas. Em Milão e Viena, A. Brugnoli ficou admirado pela técnica de pontas que ela apresentava, isto ainda no ano de 1820.
Marie Taglione eleva-se dançando nas pontas, como virtuosa façanha, para expressar as imagens fantásticas, sublimes, e poéticas de um compositor e artista. Este Ballet, criado por Fokine, ainda com rudimentar libreto sobre os espíritos aéreos das lendas celtas e germânicas, povoando a imaginação do jovem compositor, é de significativa expressão, uma vez que passam a ser considerados todos os ensinamentos e considerações de Noverre em seu “Ballet d’action”, marcando inicial harmonização entre todos os elementos artísticos necessários à realização de um Ballet. Este Ballet, suíte em branco, “Chopinianas” ou “Les Sylphides”, caracterizou-se por sua mensagem de beleza espiritual com movimentos e expressões etéreas, foi montado em 1830, sofrendo importante remontagem em 1909 quando sua partitura foi trabalhada em harmonioso arranjo com corpo de baile integrado, num sentido global e seu nome mudado para “Les Sylphides”.
Tal montagem foi de maravilhosa importância para a expressão do Movimento Romântico, iniciado com a aparição de Marie Taglione em 1832. 
Marie Taglione teve como rival a austríaca Fanny Elssler (1810-1884), que se caracterizou por ser o oposto de Taglione (etérea), viva, sensual, humana e com apurado temperamento. Uma terceira mulher marca sua passagem nesta época áurea – Carlota Grisi (1819-1899). Esta reunia todas 
as qualidades etéreas de Marie Taglione e as vivas e sensuais de Fanny Elssler. Para ela, o apaixonado Gautier escreveu o famoso e imortal libreto, do protótipo clássico romântico, “Giselle”, (1841).
Durante estes primeiros anos de conhecimento e desenvolvimento na técnica de ponta não existiram sapatos especiais; bailarinas acolchoavam, forravam seus sapatos com algodão, lã e cerziam suas pontas, para que elas dessem uma estabilidade maior.
Modernos sapatos de ponta, com sua extremidade endurecida com cola, começam a aparecer durante o ano de 1860. As sapatilhas continuam sendo cerzidas pelas bailarinas, que também costuram fitas na altura dos tornozelos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário