24 de abril de 2012

O uso da Sapatilha de Ponta

   Um dos momentos mais especiais e de maior excitação na vida de uma aspirante a bailarina é calçar e dançar lindamente com sua primeira sapatilha de ponta. Porém, este momento mágico pode ser tornar uma grande frustração se não ocorrer no momento certo. Além disso, diversos fatores devem ser considerados. Há uma infinidade deles...




IDADE
Qual é a idade correta para subir nas pontas?

  Este simples pergunta é bastante traiçoeira para com os professores. Não há resposta simples, direta e adequada. Ortopedistas e mestres concordam que há 
uma combinação de variáveis que precisam ser analisadas antes de fazer um julgamento: idade, anatomia, desenvolvimento ósseo, força, intervalo dos 
treinos, peso corporal e perfil comportamental da iniciante.

  Segundo o Dr. Justin Howse, ex-ortopedista do Royal Ballet School, em seu livro Dance Technique and Injury Prevention, afirma que, durante muitos anos, 
considerou-se a idade de 12 anos adequada ao início das pontas. Porém, ele próprio acredita que não há uma idade específica. “O único fator importante 
é o estágio de desenvolvimento da aluna e o dogma a respeito de sua idade não diz absolutamente nada sobre sua maturidade”.

  Howse pontua inclusive que não há qualquer desvantagem em iniciar a técnica de pontas tardiamente, ao passo que sua antecipação pode ser 
potencialmente perigosa. A bailarina que aguarda o desenvolvimento de seu corpo e de suas habilidades corre menor risco de lesões, atinge a 
técnica correta com maior facilidade e apresenta progressos mais rapidamente. O doutor lembra ainda que a maioria das grandes bailarinas não 
possuíam pés fortes o suficiente para iniciar o trabalho de pontas antes mesmo da adolescência e isso em nada prejudicou suas brilhantes carreiras.




CUSTO

  Assistir a filhinha dançando ballet aos 4 aninhos é o deleite de muitos pais. As apresentações de baby class são recheadas de fofura 
e espontaneidade. Mas e quando aquela atividade lúdica se torna uma paixão? Aqueles mesmos pais estão economicamente preparados para a
 formação da filha? A formação em ballet clássico é muito cara, especialmente devido ao custo das sapatilhas de ponta.

  No Brasil, há poucos fabricantes (Só Dança Cecília Kerche, Balletto e Millenium são os mais conhecidos) e as sapatilhas importadas são extremamente
 caras e de aquisição complicada. Portanto, é comum que as bailarinas brasileiras sejam forçadas a utilizar sapatilhas inadequadas e prolongar seu tempo 
de uso, mesmo após considerá-las inadequadas. Isso aumenta vertiginosamente o risco de lesões.

  A durabilidade de uma sapatilha de ponta varia bastante dentre marcas, modelos e suas características. Uma análise comparativa entre cinco marcas 
diferentes (Capezio, Gaynor Minden, Freed, Grishko e Leo’s) foi publicada peloThe American Journal of Sports and Medicine. De acordo com os resultados, 
nem sempre a sapatilha de maior durabilidade é aquela que confere o melhor conforto. E considerando que uma bailarina profissional utiliza até 65 pares 
de sapatilhas de ponta por mês, convém colocar no papel qual será o custo necessário para bancar a atividade.

  Por isso, é importante notar que, se os pais não apresentam condições financeiras para proporcionar conforto e segurança na utilização das pontas, é 
melhor convencer a menina a permanecer na meia-ponta do que aumentar o risco de lesões definitivas.







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