25 de abril de 2011

Autora: Amanda Janynne

Bem...Minha história com a dança começou a 13 anos.Tenho 21 hoje.Puxa isso tem tempo viu, é quase a idade pra se estar na ponta, enfim, eu sempre amei dançar, sempre foi minha paixão, durante esses 13 anos me acostumei a dizer que fazia ballet a prestação.
Começei no ballet clássico com apenas 8 anos de idade, quando ainda morava em Fortaleza - Ceará no colégio em que estudava, fiz durante um ano, cheguei a me apresentar. Daí por uma revolução do destino tive que vir morar em Campina Grande, quando cheguei aqui como era muito pequena minha mãe decidia tudo o que fazer e naquele momento o colégio era prioridade. Passei dois anos e meio parada, já um pouquinho mais velha com 11 anos conheci uma garota novata, que viria a se tornar minha grande amiga no colégio, ela fazia ballet descobri e quis logo saber aonde e como.
A garota chamada Ulliana fazia no teatro municipal e começei todo um processo de convencimento junto a minha mãe. Tive sorte, meu tio Jorge estava trabalhando no teatro como iluminador e conhecia a diretora do ballet, na época Mirna Maracajá. Foi então que consegui uma meia bolsa, entrei no meio do ano morta de feliz, não participei do espetáculo mas toda aquela cena de ensaios me encantava cada vez mais. No teatro aprendi muito técnica e conheci pessoas maravilhosas, vivi momentos mágicos vendo e participando dos espetáculos, fazendo fotos. Minha 1ª professora lá foi uma menina bem novinha que n lembro o nome de jeito nenhum, mas uma coisa que lembro perfeitamente, um dia ela disse a minha mãe: logo,logo ela passa pra turma do básico, nunca esqueci essa frase, significava que logo, logo eu estaria na ponta! Que sonho. Concluí o pré eliminar 2 com Rita Franco, outra professora que tenho carinho, Quando cheguei ao Básico custei a acreditar, passei a ter aulas com Mirna e realizei meu grande sonho dançar na ponta. Colocar as sapatilhas no pé pra ver o número certo, comprar ponteira tudo era mágico pra mim. Até que na 1ª aula na ponta enquanto ainda estávamos nos acostumando, fui inventar de me amostrar fazendo um arabesque completamente solta da barra, fui com tudo de cara no chão, aprendi alí que acima de tudo vc deve ter humildade e cuidado em tudo que voce faz, foi nesse mesmo ano que torci meu pé pela 1ª vez (não na ponta,andando mesmo), ao todo foram 14 vezes na minha vida.Antes de começar na ponta por questão financeira iria sair do ballet,mas então quando a professora soube disso me ligou imediatamente dizendo que não, ela ia me dar uma bolsa integral, porém teria que dançar no festival no fim do ano. O que são 8 segundos pra atravessar o palco enooooooooooooorme do municipal na ponta? numa fileira, uma menina colada na outra,tendo que andar bem devagarinho, lembro me da platéia no escuro, da luz no palco, das roupas de árvores que estávamos vestidas( meu sonho é ter um tutu clássico, só dançava com romantico), parece um filme na minha mente agora enquanto escrevo...no outro ano não pude mais continuar, ou seja, mais dois anos e meio de minha formação a prestação no ballet.
Passei o resto de minha adolescencia me dedicando a dança folclórica do grupo de dança do colégio sempre sonhando em voltar pro ballet. Dançei de um tudo no grupo de tradições folclóricas Serra da Borborema, de boi a cabloquinho, de country a pontões, xaxado, sequencia nordestina, cavalo marinho, etc; Como o grupo era formado apenas por meninas, nós também dançávamos as danças masculinas, de guerra, como terno e congada e guerreiros, era bem perigoso tacávamos os bastões( cabos de vassoura) nas mãos umas das outras de vez enquando,rsrs.
Depois de quase sete anos no grupo, fiquei dançando apenas numa quadrilha, um único ano,mas que teve sérias consequencias ao meu joelho. por conta dos alongamentos mau feitos ou quase inexistente desenvolvi um encurtamento muscular nos dois joelhos, os quais bastava eu andar um pouco mais ligeiro e doia. tive que parar mais uma vez.
Como estava em época de vestibular, me foquei nos estudos e depois de dois anos parada resolvi tentar voltar DE NOVO. minha razão de viver era o ballet,mas n conseguia dinheiro então como já tinha experiencia na área fui fazer um teste de 3 meses com o grupo Oríginis, grupo folclórico do qual eu n conhecia ninguém,fui no bambo, só consegui dizer a minha mãe duas semanas depois.
Percebi que tava meio fora de forma,mas dava pra recuperar..passei no teste e neste grupo aprendi o profissionalismo que até então nunca tinha vivido, ensaiar sem tenis nem pensar, atrazo,nem pensar,meia hora,40 minutos de alongamento todo ensaio quatro vezes por semana.Conheci pessoas incríveis e que as admiro pela força. Foi graças ao grupo que pude fazer uma mine turne pelo RS e pela 1ª vez na vida eu dançava um espetáculo completo de dança folclórica, no mesmo dia em uma hora fui do frevo, ao forró, do carimbó ao xaxado, tudo aquilo me emocionava, mas ainda sim eu sentia falta de algo, era o ballet pusando na minha veia, eu queria viver aqueles 8 segundos de novo.
Porém meu joelho voltou a reclamar e por medo e pela minha saúde tive que parar;
Mas então tres anos depois enfrento os meus medos com relação a minha saúde e já trabalhando,podendo pagar pelas aulas entro na turma adulta do ballet do studio. Penso,puxa vida, passarei por tudo de novo..... porém explodindo de alegria,me emcionando ao simples ato de colocar minha mão numa barra,FELIZ até dizer chega após dois meses de aula estou eu aqui com o pé contundido( andando na rua tbm), vê se pode? terei que fazer fisioterapia porque o movimento do meu pé direito não está normal.olho para um pé ele faz ponta e fléx, olho para o outro e ele não faz! Movimentos tão simples, mas que n to conseguindo fazer.E isso doi tanto... as vezes me pergunto será que devo continuar com tudo isso? as pessoas ao meu redor criticam. Mas eu já me decidi, uma vez ouvi uma frase de Mirna dizendo que tava louca que eu completasse 14 anos, pq achava que eu seria uma ótima professora de ballet e é a isso que me agarro e também ao amor imenso que tenho pela dança.
Há alguns anos entrei no teatro para fazer um trabalho e simplesmente fui entrando e entrando, quando dei por mim, estava eu nas salas de ballet, olhando quadros com fotos de dançarinas quando vi de repente havia fotos minhas que nem eu mesmo tinha. Aquilo me emocionou e eu vi ali o quanto a dança, o ballet clássico era essencial em minha vida.
Eu posso morrer de dor, mas eu morro dançando.Eis o meu lema,rsrsrs
Nossa que drama,rsrs meu lado atriz agora falando...meu lado coração falando.

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